quinta-feira, 17 de maio de 2007

SOS?

Por que não ir ao encontro dos maiores medos que nos fazem oprimidos? Buscar nossos maiores sonhos que nos fazem idealizar um mundo, instiga-te a desejar.
Se não fosse assim, não seria de outro jeito? Seria, eis que somos uma constante metamorfose, desde do momento em que ocorre permutações em nossos genes, até as modificações impostas pela sociedade, que de social, nada tem! Está mais para animais gregários...
Todos são efeito, contra-efeito, de um meio; toda ação tem sua reação. Mas de tanto proferir, muitos estão acomodados, e esquecem que em meio a tantas ações nós podemos ser os reagentes.
O que nos faz melhor? (...)
O que te faz pensar que o continente africano se encontra acima dos países mais desenvolvidos? O aspecto ético.
Porque os países que são causadores dos maiores problemas ambientais, que propiciam as maiores guerras, são melhores do que o continente africano?
Levando em consideração a forma como os trabalhadores africanos agem, pode-se dizer que eles são melhores. Ainda é possível encontrar um meio 'social' onde o trabalho conjunto é em prol de uma melhora do todo. Há ajuda mútua. Apesar de toda uma condição precária, na área rural e na maioria do continente, eles buscam uma condição mais próspera, mas não em cima de uma ascensão enconômica individual e sim em busca de uma vida digna, para todos. Mas mesmo assim, alguns ainda teimam dizendo que os "Outros" são melhores...
Ou mudamos, ou pereceremos.
Trágico, não?

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Penso.Dúvida?


Têm dias que a gente pensa, têm dias que a gente pensa e pensa e pensa de novo e simplesmente só pensa. Mas têm dias que a gente pensa e não existe real, só aquilo que a gente não sabe se é possível saber se sempre ou se nunca. Têm horas que a gente some e enxerga o nítido da vida, mas aquilo some como um apagão no infinito imaginário. É... existem dias, horas, momentos e criações do ser que não dá pra entender o por quê. E a gente aceita, nós, seres humanos, aceitamos e vivemos. A tensão de cada parada, de cada olhar, de cada sentido... são todos misturas de envoltórios dos nossos pensamentos mais imprevisíveis. Mas... têm dias que eu paro e reflito que parar é essencial, mas parar pensando é tenso.

domingo, 13 de maio de 2007

Relato

Eu voltei pra minha terra e a esperança que eu tinha era de que tudo tinha mudado pra melhor. Quando eu cheguei não havia mais peixes pra pescar, pois os maiores tinham derrubado o mar, feito dele um depósito de lixo, onde parecia que tinha mais poluição do que água. E os peixes? Aonde eu estava todos eram todos tão lindos, vivendo numa harmonia que qualquer um notaria. Aqui nem sei se eles existem mais, tenho a ilusão de que eles talvez tenham migrado para o mar leste, ou até mesmo para onde eu estava, e quem sabe um dia possam voltar pra sua casa, não só sua, como de mais muitos outros seres que o bicho homem insiste em deixar evaporar. O cheiro antes era de mar aberto, o odor de peixe na sua pele, cabelo, roupa, e apesar de tudo era agradável, aquele cheiro da natureza se expandindo pelos arredores. Hoje o cheiro que eu sinto é de fumaça, não aquelas de fogueiras de São João e de acampamentos que a gente ta acostumado a sentir aqui, mas aquela fumaça asquerosa, com cheiro de plástico queimado que é produzida por aqueles canudos gigantes, e o que dizem é que serve para fazer coisas que no futuro virão pro nosso bem, pelo menos é o que dizem por aqui, mas eu não sei não. E é incrível o poder que os maiores tem de mudar tudo de uma hora pra outra, fazer com que uma simples aldeia de pescadores vire uma floresta, mas não de árvores como as outras, e sim de canudos gigantes. As nossas barracas deram lugar à casarões feios, parecidos com um mini shopin center, daqueles que a gente vê na cidade quando vai ao mercado.

O que eu penso agora é que do jeito que as coisas andam, daqui a alguns anos os moradores da cidade, sim meu amigo, aqueles que vêm pra cá em busca de refúgio ou apenas pra comprar do nosso delicioso peixe, não poderão mais fazer isso, serão humanos limitados ao que a cidade insiste em lhes proporcionar.

Até agora eu não pensei no que vai ser de mim, afinal, tudo o que deixei aqui parece ter se deslocado, mudado de lugar. O que eu vou pescar? Latinhas pra dar de comer aos robôs? Porque é só isso que agora tem no mar. E pra que serve essa montoeira de lixo espalhada no meio de um oceano? Se a gente não vai pescar e nem re-utilizar? Servem para, mais uma vez, destruir o que a natureza implantou. É desgastante ver no seu anzol um pedaço de plástico preso, um sapato, uma lata de cerveja. Da próxima vez botarei um imã ao invés de colocar a minhoca para ver se atraio algum pedaço de ferro que me seja útil, porque peixe eu vejo que não dá.

Encontrei um antigo companheiro de pescadas que costumava dirigir um barco com aparência de fraco mas muito poderoso, cara de boa, sempre disposto a ajudar os outros, com aquele bigode de homem trabalhador, batizado Jurandir, mas tinha algo errado, Jurandir não estava com aquelas vestimentas rudes, típicas de seu cotidiano, no lugar vestia um macacão cinzento com umas logomarcas que na hora não consegui identificar. Perguntei o que estava acontecendo, pois tudo estava diferente, e o que mais me cutucava era o fato de não ter encontrado meus outros companheiros pescadores. A resposta dele foi curta e objetiva, disse que ia em direção a um local chamado “indústria de cosméticos de santa luzia”, que estava atrasado pois o estavam esperando, jogou o vasilhame com os restos de almoço no mar, sim no mar, quem diria, e saiu às pressas. Só depois disso entendi o agravamento da situação, essa tal indústria era o nome dado aos canudos gigantes, e todos os pescadores que residiam nas antigas barracas hoje são trabalhadores remunerados com um salário mínimo, que era a única coisa que agora a aldeia lhes proporcionava, ah, e não posso mais chamá-la de aldeia, até novo nome deram, agora é “Complexo Industrial de Santa Luzia”.

O que mais me revolta é saber que todos assistiram isso acontecer de perto e nada fizeram, o pior também é saber que eu estou sujeito a esse mesmo futuro indesejável que acaba sendo o mesmo para todos os moradores das aldeias por aí existentes. Que culpa tenho eu? Era um simples pescador que depois de uns dias dentro do mar em busca de mais uma vitória naquele oceano, queria apenas levar o meu peixe, me alimentar e alimentar outras famílias também. O destino aprontou uma comigo e me levou à um local totalmente desconhecido, uma ilha, foi, eu naufraguei. Passei 6 anos vivendo de água de coco, carne de um animal que nunca soube o nome, plantas que eu nem sabia a origem e, pra piorar, sozinho. Aprendi muitas coisas comigo mesmo, aprendi a me conhecer, a dar valor ao que a natureza nos proporciona. E quando finalmente me encontraram, achei que veria aqui um mundo novo mas não com os costumes tão modificados, que estaria toda a aldeia me esperando, teriam bailes, rezas, agradecimentos, perguntas, respostas. O que eu encontrei foi um mundo mais desconhecido do que eu vi quando cheguei àquela ilha, irreconhecível até para os olhos de quem está acostumado com tudo isso. Eu tinha muitas perguntas, mas ninguém sabia me responder. Os bailes eram denominados boates. As rezas deixaram de ser diárias para se tornarem anual. Agradecimentos? À quem?. Penso que seria melhor eu ter ficado lá até os últimos dias da minha vida, pelo menos o meu destino seria diferente do das milhares de pessoas que convivem com essa trajetória mal feita do destino. Morreria feliz por saber que tudo estava bem, pelo menos a ilusão ia me proporcionar algo fantasioso e prazeroso, que é o que eu não encontro agora. E os grandes se acham num local tão elevado que mal sabem eles que são os que mais perdem, perdem a sabedoria que eles tanto prezam ao levar a vida por valores imorais, acabando com a vida de qualquer um que não se submeta aos seus gostos e prazeres, querem brincar de ser deus e dessa brincadeira eles entendem. E o que resta aos desprivilegiados de tal poder? Serem seus brinquedos, pois são tão poderosos que são realmente capazes de mudar tudo em uma fração de segundos.

Sabe o que eu sinto em relação a tudo isso? Nojo dos grandes por terem a cabeça entupida de pensamentos irracionais, e tristeza pelo destino dos que estão obrigados a conviver com a inconseqüência destes outros.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Ditadura do acerto

Dizem por ai, que o ser humano é feito de carne e osso, e acredito que movido por sentimentos ou instintos,sejam eles positivos ou não.Com a ajuda do tempo o homem evolui,regride ou apenas estagna em sua posição
De origem.
Milênios passam,anos terminam,as horas marcam,segundos matam e o tempo se insere nessa fragmentação eterna.com sua ajuda,o homem é pressionado a acelerar,ser uma máquina que pensa,age,sente,fala,escuta,
Respira e que ainda tem que evoluir. Talvez seja por isso que alguns não agüentam,e simplesmente decidem finalizar com seu presente e com o próximo futuro.
Ser humano,é difícil,muito complicado,talvez a maior missão que é imposta a nós,pobres animais domesticados.Eu como menina,criança para alguns,adolescente para outros,ainda não consegui talvez nem percorrer o caminho certo para seguir essa missão,pois é,essa missão não se consegue,se pratica,se mantém e apenas com o nosso assassino,o próprio tempo, se solidifica e se finca.
Os sentimentos nos substanciam,nos completam,nos fazem sentir vivos Ou até a anestesia da morte(a utopia sentimental de quem é vivo).são eles os órgãos mais poderosos que somos dotados,pois são ocultos,talvez discretos e para serem expostos precisa-se de um ato ou apenas de um bom observador.Que arma mais poderosa poderia existir?Pois é,os instintos,a resposta que nos faz lembrar que somos animais,e por mais que sejamos considerados pessoas corretas,leais ou integras eles vêm a tona e nos viram a cabeça,ativa apenas os sentimentos que são seus aliados.
Decisões são tomadas,são medidas,sofridas, e o pior de tudo são julgadas também até pelos outros,animais que formam uma mesma sentença.Além da existência do autoritário tempo,há os supremos animais que nos Sufocam,nos julgam antecipadamente,em condições de reis da sabedoria.

As pessoas acertam e ás vezes são exaltadas ou recebem um sorriso de lado,mas quando erram são descartadas como um simples objeto sem valor, Enferrujado,sem utilidade.....um ser falsificado.
Além do ser humano precisar se transformar em máquina,ele tem que aprender a viver no mundo dos acertos,da ditadura da perfeição.Mas infelizmente não sou tão integra e correta assim,meu castigo foi ser descartada,minha sentença foi ser um objeto enferrujado,falsificado,meu crime foi Errar...É,desculpa,eu acreditei quando me disseram que era feita de carne e osso!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

PLANO DE FUNDO


Olhamos mas não vemos. Isso é o que ocorre todos dias com todos nós ao seguirmos nossa rotina. Passamos por família nas ruas que não têm o que comer, beber ou vestir, e apenas passamos direto, como se estivesse tudo bem.
Ouvimos mas não escutamos de verdade. Crianças que não têm nem oportunidade de freqüentar uma escola ou viver sua infância nos pedem um trocadinho enquanto estamos parados nos sinais, e nem damos valor. Crianças que são obrigadas a assumir pesadas responsabilidades precocemente, que vivem em condições humilhantes, sendo exploradas. Quando ajudamos com 50 centavos que não nos farão faltas, achamos que já fizemos a nossa parte.
Pais são levados ao roubo de comida para livrar sua família da inanição e são presos. Políticos roubam milhões para suprir mimos e ficam livres.
Se nem a lei nem a sociedade dão valor à classe mais baixa, por que esta tem que respeitar as leis da sociedade? Tecnicamente todos têm direito à saúde e educação, direitos primordiais que certas classes são privadas.
A verdade, assim como o certo e o errado, passou a ser a vontade dos mais poderosos. Então alguém me responda, por favor... Aonde o mundo vai parar, se até a esperança de alguns jovens já está se acabando?

sábado, 5 de maio de 2007


Nasci nas plantas, me ensinaram que o primeiro suspiro para cada ato,devo cultivar com elas e assim fui fazendo. Me espichando,me espreguiçando,sempre rodeada pelo cheiro de terra,pelo cheiro dos polens,pelo cheiro do verde.
Minha maior mania é se esfregar na terra, que mergulha as plantas e logo mergulha a mim. Nesse nado, não sei dizer ao certo quantas minhocas entrego ao meu prazer, quantos micróbios tenho que engolir e quantas bactérias dominam meu corpo, quase minha voz,mas felizmente ou infelizmente não conseguem por completo.
As pedras que convivem ao meu lado e perdidas como eu entre as plantas,têm um imenso hábito de questionar-me pelas minhas manias,hábitos,gostos.Não conseguem entender como alguém pode se deliciar penetrando na terra,se sempre volto com muitos cortes,feridas,infecções,mas nunca fortes o bastante para convencer-me que devo extinguir esse hábito.
Sei lá,acho tão fascinante essa terra que mergulho,é tudo muito estranho,inexplicável,escuro,ás vezes acho claridade,mas é muito fácil de apaga-la.Ah se soubesse uma maneira de deixa-la continua,apagaria apenas para que as pequenas criaturas podessem descansar um pouco.Dizem que claridade demais pode cegar,assim como de uma profunda escuridão pode fazer um cego enxergar.
Tenho tanto medo de ficar apenas aqui na superfície, observando
as plantas crescerem,a formação de pedras que aparece cada vez mais,o vento ventando apenas as plantas que estão lá no alto...
Quer dizer, assim, às vezes o vento passa por algumas pedras,mas nem sentem direito a sensação,o alivio,o frescor enfim, a dádiva de senti-lo;Acho que é porque estão tão sujas de ficar rolando pela terra.Fazem de tudo para serem verdes como as plantas,mas não porque acham bonito,mas porque com o verde é mais fácil de serem valorizadas pela luz do senhor sol.
ué?ouviu isso amigo caule???mãe Água está me chamando!!Preciso ir,agora está ficando cada vez mais raro ela vir por aqui,sabe né?!essas pedras estão tratando-a com tanta brutalidade e deslealdade,qual ser gosta de ser tratado assim?!
Eu volto,para brincarmos juntos de luta por um verdadeiro vento.

(Palavras de uma possível semente).

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Aforismo

O ser humano é conivente até o momento em que ele não é afetado, estamos numa sociedade individualista. Na quinta-feira, não mudando o costume, nossa professora nos inquietou com suas histórias e esclarecimentos sobre a complexa condição social no mundo. Quando nós temos o papel de platéia em uma sociedade, e muitas vezes assistimos sentandos ao que está, por completo, de encontro ao que julgamos ser 'correto', nos tornamos cúmplices do erro. Quantas vezes já foi falado sobre a precária situação do meio-ambiente, não me refiro unicamente ao Brasil, mas dou ênfase ao país que possui 25% da água potável no mundo e não percebe que precisamos de uma conscientização ambiental, informação. Por que, em meio a tanta tecnologia, e tantos investimentos na mesma, o Estado não se propõe a implementar uma política que livre da ruína a nossa fauna e flora? Talvez os interesses sejam outros, o mundo de hoje está pouco se importando com o que pode vir a acontecer com o passar dos anos, "não estaremos mais aqui", pois é, escuto isso sempre quando tento questionar o porque que deixar de jogar um papel pela janela do carro é tão difícil. Suponho que não seja necessário citar cada catástrofe que já nos fez perder tantos rios, animais e árvores para deixar clara a situação. Informação, não falta. Vontade, temos sempre... Mas parece que niguém se sente responsável por tentar mudar uma condição, o governo é sempre o que tem que responder pela mudança, se ele não o faz porque logo nós, que somos alvos dos juros mais altos, da violência, temos que nos prontificar? A sociedade é circunstância notável quando falamos de poder, afinal, somos nós que escolhemos as peças que compõe a parte mais importante do jogo. Se é imposto para nós que sejamos individualistas, porque não levar o sentido real da palavra, para prática? "Existência individual", não precisamos esperar que aquele que está ao seu lado apanhe o primeiro papel no chão, para começarmos a fazer o mesmo. Muitos jovens se dizem indiferentes a qualquer problema que não faça parte do seu mundo. E agora, onde está o futuro da nação? Acreditar que somos capazes é o mais importante!
É i
mprescindível que os adultos do amanhã não estagnem em uma situação que já é precária, mexam-se, saiam da platéia e tornem-se atores, escolham uma melhor condição de vida para todos!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

A cultura musical brasileira e sua decadência

Começarei esse texto fazendo uma retrospectiva do trajeto musical no Brasil. Antes de sua colonização, o Brasil, tendo seu povo natural indígena, começava a dar inicio aos acordes produzidos através de instrumentos rudimentares. No início da colonização, onde a cultura dos portugueses foi introduzida à nossa, o ritmo começou a ficar influenciado pelos povos estrangeiros, sendo eles europeus ou africanos, com características tanto nacionais como internacionais. Com o passar do tempo vários estilos musicais foram introduzidos à nossa cultura, como o tango, a valsa e outros diversos. Alguns gêneros oriundos de culturas estrangeiras acabaram se abrasileirando e tornando-se artefato exclusivo da nossa parte cultural.

Veio o Chorinho, o samba e a festa que é o carnaval, o contato corporal do baião, a Bossa Nova, sofisticada, renovadora e ao mesmo tempo suave, a jovem guarda que revolucionou o cenário musical do Brasil, com influências do rock internacional, o funk. Chegou a era mais influenciada por estilos internacionais, o rock, o punk, metal. Surgiu a música sertaneja, o country, o frevo, o rap, o reggae, o axé, e muitos outros derivados. Enfim, não podemos deixar de ressaltar que o Brasil, no decorrer de sua história, sofreu demasiadas influências internacionais introduzindo na sua cultura musical ritmos de todos os tipos e gostos.

Já fiz a retrospectiva, agora vou começar a dizer tudo aquilo que as pessoas estão ou não acostumadas a ouvir. Diante de todas essas influências, de toda a evolução tecnológica e mental decorrente em todo o mundo, as transformações musicais foram cada vez mais visíveis na sociedade brasileira. Mais visível ainda foi a rapidez de como tudo isso aconteceu, é você olhar pra trás e se dar conta de como tudo se transformou assim, de uma hora pra outra, o que antes era apreciado na nossa música hoje em dia é tratado com desprezo por muitos jovens atuais. Músicas inteligentes, com caráter histórico, com um instrumental deslumbrante, muitas vezes abrangendo temas marcantes da atualidade, de protesto, foram substituídas por letras, muitas vezes, com um caráter totalmente diferente do que era antes, aconteceu uma regressão musical. O que acontece é que tudo isso foi muito mal substituído! É inacreditável seus pais estarem escutando Cartola e você declarar como inaudível, música de velho, colocar na 96 FM e escutar a banda Calcinha Preta, veja bem, tocar. É delirante você ouvir seu pai escutar Cálice da autoria de Chico Buarque e dizer que a letra é horrível, sem sentido, não tendo ao menos a noção do que você está dizendo (sim, eu fiz isso há alguns anos atrás). É você ter o desgosto de passar na rua e ouvir a todo o tempo músicas com melodias iguais às outras, com letras iguais às outras, com estilos igual aos outros. É você ligar a tv no dia de domingo e ouvir os mesmos cantores sempre, sim, aqueles que cantam “pega na bundinha”, “meu amor vem requebrar”, “eu te amo e não vou te deixar”.

E dá um desgosto sabe, você olhar pro passado e ver o quanto tudo era mais bonito, diferente, e o pior, o que era pra ser um exercício físico e mental, hoje está resumido para físico apenas. O mental se dissolveu nas águas do passado, foi completamente esquecido. O que temos hoje? Ritmos musicais aonde os jovens precisam de drogas ilícitas para dançar a noite toda, para se “divertir” com os tais dos sons computadorizados.

Tuntz tuntz, esse é o som do futuro. Tudo o que hoje é passado amanhã não vai ser mais. A nossa MÚSICA vai ser esquecida pelos novos jovens como já está sendo. Chico Buarque, Cássia Eller, Raul Seixas, Rita Lee, Cartola, Jorge Ben, Djavan, Emílio Santiago. Quem foram eles? Ah, não sei, deve ser música de velho, a nova onda são as mulheres lindas de peito e traseiro grande cantando e dançando e, claro, aquela velha musiquinha internacional. Essa vai ser a resposta. Cadê as poesias musicais? As melodias bem elaboradas? As músicas de protesto? Cadê a cultura nacional? Cadê? É...e como Renato Russo já dizia: “Geração Coca-Cola”.

09/2006