quarta-feira, 25 de abril de 2007

Inexacto

Os seres humanos são naturalmente diferentes quanto ao seu fenótipo ou à sua conformação sexual. Nenhuma dessas diferenças deveria implicar uma posição de desigualdade social. No entanto, é com base nelas, que uns se consideram superiores aos outros.
No mundo antigo e medieval, a desigualdade sempre foi o princípio dominante e incontestado. As sociedades eram divididas em estamentos, ordens ou castas. Pessoas eram consideradas livres e iguais em direitos, de acordo com sua situação, sendo estabelecido como inferiores: mulheres, estrangeiros e escravos, em sua maioria. O regime econômico que nos rege deixa clara a situação estabelecida há anos. As desigualdades de posição social sempre foram de duas ordens: sistema de privilégios ou com fundamento na riqueza patrimonial.
A existência da sociedade política é a necessidade de garantir a todos uma proteção contra os riscos de fome, falta de moradia, ou assédio de outros grupos humanos. Nada de muito diferente dos riscos que sempre ameaçaram a sobrevivência dos animais que vivem em rebanhos.
Todavia, a proteção dos direitos básicos nunca foi o bastante. O ser humano jamais se contentou com o 'apenas sobreviver', sempre buscam o algo mais, uma melhor condição de vida sob todos os aspectos. A sociedade estipula quem deve ser o melhor, ou o pior, censuram àqueles que têm uma opção religiosa ou cultural diferente da maioria. Os países que adotaram o avanço tecnológico como característica marcante, 'o mundo moderno', que se dizem obstantes aos preconceitos ditos como retardatários, acabam se contradizendo quando passam a julgar o certo e o errado sob o aspecto ético. Os povos não têm o direito de julgar o bem e o mal, visto que o padrão supremo da moralidade varia, de uma civilização para outra, de uma época histórica para outra. Os países do ocidente, grandes causadores das maiores atrocidades já vistas, serão os últimos com autoridade moral para fazer acusações sobre os diferentes costumes mulçumanos que propiciam perdas.

Em qualquer hipótese, é preciso entender que as diferenças, sejam elas quais forem, são valores humanos da maior importância e devem ser universalmente respeitados e protegidos.

7 comentários:

Júlia Normande disse...

É importantíssimo ressaltar isso. Poucos sabem enxergar com tanta clareza o que acontece com o mundo, muitos enxergam mas não sabem fazê-lo ou fingem não saber. É mesmo revoltante revoltar-se porque eu sou negro e você é branco. Existe problema em sermos de cores diferentes? Não, não existe...

Júlia Normande disse...

Estou orgulhosa, muzis! :~).

julia disse...

"Nada de muito diferente dos riscos que sempre ameaçaram a sobrevivência dos animais que vivem em rebanhos."

a falta de consciência política nos fazem ser iguais as demais espécies...
se n foi esse o intuito me fez pensar nisso.

parabéns murys,companheira de águinhas
hehehuehueiheiuheuhie

Luiza Piatti disse...

é bom ressaltar o sistema.
\o/
muito bom mui!
=D

Anônimo disse...

Vale lembrar que a sociedade estamental e de castas, mesmo que implícitamente, continua pertinente em nosso mundo contemporâneo, e que apesar de concordar que todos os valores sociais, políticos e religiosos devem ser respeitados, acrescento que qualquer forma de repressão e violência devem ser incansavelmente combatidas dentro de qualquer sociedade.

Afinal, do que adianta olhar e não ver, falar e não dizer, dizer e não fazer?

Mayra disse...

Próxima vez assina, é interessante nós termos acesso a pensamentos e opiniões de outras pessoas.. valeu =*

M.Ferro disse...

May, gostei muito do seu ponto de vista e como você escreveu.
bem formal, "todavia", e tudo mais...Fico feliz com esse blog, de ver que nao so como eu, tem jovens que se preocupam com isso...Gostei tambem da sua base historica, achei realmente muito bom. Parabeeens.
e parabens pras meninas tbm